Instalações Hospitalares

Instalações Hospitalares

  • Conceito

Os gases medicinais são fundamentais para executar diversas funções e tratamentos dentro dos hospitais e outras unidades de saúde. Um projeto de Distribuição de Gás Medicinal consiste no conjunto de medidas que se completam, visando promover soluções para um suprimento ininterrupto desses gases nos pontos de consumo, respeitando as exigências pré-estabelecidas pelo órgão de fiscalização e controle.

     

 

  • Fiscalização e Controle

Vinculada ao Ministério da Saúde, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável em controlar todas as ações em instituições hospitalares no Brasil, onde se enquadra as instalações de Gases Medicinais. De acordo com a lei nº 8.080/1990, a vigilância sanitária compreende diversas ações que visam eliminar e/ou diminuir riscos à saúde da população. 

 

  • Gases Medicinais 

Gases medicinais são todos os gases utilizados (direta ou indiretamente) em pacientes, que estejam em uma instituição hospitalar (seja em ambulatórios, consultórios odontológicos e clínicas em geral).

Podem estar na forma líquida ou gasosa, podendo ainda ser utilizados puros (como o oxigênio, nitrogênio, óxido nitroso e dióxido de carbono) ou ainda em misturas padronizadas (como o ar comprimido medicinal e o óxido nítrico).

Além dos chamados gases medicinais, nas instalações hospitalares também é utilizado um sistema de vácuo, denominado Vácuo Medicinal. Seu papel é aspirar líquidos e escórias moles de pacientes, através de um tubo com reservatórios que estão conectados a esta rede.

          

 

  • Finalidade dos Gases Medicinais

 Os gases medicinais constituem parte indispensável para no dia-a-dia de um estabelecimento hospitalar, cada um utilizado para um fim. Abaixo segue os principais gases medicinais e seu respectivo uso.   

  • Oxigênio Medicinal (O2)

Possui diversas aplicações, como utilização em anestesias, em casos de pneumonias, tratamento de problemas respiratórios, administração de medicamentos através de inalação ou nebulização, entre outros.

  • Ar Comprimido Medicinal

É utilizado principalmente em ventilação pulmonar e inalação (visando a diluição das secreções das vias respiratórias), em tratamentos intensivos, em centros cirúrgicos na diluição de anestésicos e até na secagem de instrumentos cirúrgicos.

  • Óxido Nitroso Medicinal (N2O)

É utilizado em anestesia geral (ministrado em uma mistura com oxigênio medicinal e ar comprimido). Serve também como agente de transporte de substâncias anestésicas (potencializando os efeitos de anestésicos inalatórios ou venosos e diminuindo os efeitos colaterais de anestesias), minimizando os custos com anestesia, já que possibilita injeção de doses menores de anestésicos mais potentes.

  • Dióxido de Carbono Medicinal (CO2)

É utilizado principalmente para insuflar, aumentar e estabilizaras cavidades abdominais durante procedimentos cirúrgicos pouco invasivos, como a artroscopia e laparoscopia.

  • Nitrogênio Medicinal (N2)

Na forma gasosa, é utilizado para o funcionamento de equipamentos pneumáticos (pois não deteriora ou oxida os mecanismos hospitalares por ser praticamente inerte). É utilizado também em misturas gasosas (com o oxigênio medicinal, passando a se chamar de ar estéril ou ar medicinal).

No estado líquido, é usado em procedimentos criogênicos e conservação de esperma, células embrionárias e até órgãos para transplante.

  • Vácuo Medicinal

Seu objetivo é aspirar líquidos e escórias moles do paciente através de um tubo com reservatórios, os quais encontram-se conectados à esta redes.

 

  • Lavanderia Hospitalar

Todo hospital possui um setor de lavanderia e, apesar de não estar diretamente ligado com a rede de gases medicinais, via de regra este dimensionamento acaba fazendo parte do escopo de quem está executando um projeto de instalações hospitalares. Isso se deve por todos os sistemas que compões esta instalação.

O objetivo final do serviço de lavanderia hospitalar é transformar (com segurança, em quantidade estabelecida e no tempo adequado), a roupa suja e contaminada em roupa limpa, pronta para ser novamente utilizada. De fato, as roupas não precisam estar estéreis ao final do processo, mas higienicamente limpas (livres da quantidade de microrganismos patogênicos que possam causar doenças aos seres humanos).

Um bom sistema de processamento da roupa é fator de redução das infecções hospitalares. A principal medida introduzida para o controle destas infecções foi a instalação de barreira de contaminação, que separa em duas áreas distintas a lavanderia: área contaminada ou suja (utilizada para separação e lavagem) e área limpa (utilizada para acabamento após a lavagem, como a secagem, dobragem e guarda).

A localização da lavanderia dentro do prédio também é um fator a ser considerado, pois ela define:

  • transporte e circulação da roupa: vertical ou horizontal;
  • demanda das unidades do hospital;
  • sistema de distribuição de suprimentos no hospital;
  • distâncias, considerando diversos fatores: tempos e movimentos, ruídos e vibrações, odores, calor, riscos de contaminação, futura expansão, localização das caldeiras, custo de construção, direção dos ventos, orientação solar etc.

Deve-se evitar escadas ou degraus entre a lavanderia e o restante do prédio, para facilitar o transporte da roupa. Havendo desníveis inevitáveis, deve-se adotar rampas para facilitar a circulação de carrinhos que transportam as roupas (limpas ou sujas).

No ambiente interno da lavanderia, um dos fatores determinante é a questão da direção dos ventos, pois é necessário evitar que haja corrente de ar do ambiente contaminado para o limpo.

O formato da lavanderia também é algo que deve ser bem analisado, pois deve possibilitar um fluxo progressivo de trabalho (como em uma linha de montagem industrial), evitando cruzamento das atividades, permitindo assim um trabalho de forma eficiente.

     

O correto dimensionamento de uma instalação de lavanderia é determinado em função dos equipamentos adotados, do fluxo de atividades e turnos. Devem também permitir eventuais ampliações ou alterações futuras da área e/ou equipamentos.

As canalizações devem estar completamente livres, com facilidade de acesso, pintadas nas respectivas cores de acordo com o agente que flui por ela e com símbolos adequados (de acordo com a norma NR-26), a fim de permitir sua rápida identificação, facilitando assim a manutenção e aumentando a segurança. 

As linhas de vapor e água quente devem estar cuidadosamente isoladas, visando a proteção do pessoal e a redução do calor transmitido ao meio ambiente, diminuição dos custos operacionais.

As Instalações hidráulicas existente em uma lavandaria são basicamente a água (usada para lavagem das roupas), esgoto (para receber simultaneamente os efluentes de todas as máquinas), drenos (responsável pelo escoamento das águas servidas), vapor (empregado juntamente com agua para lavagem, desinfeção e esterilização das roupas) e ar comprimido (utilizado para as prensas e para os controles automáticos das máquinas de lavar).

 

  • Normas de Referência

Quando falamos em normas para instalações hospitalares, obviamente enquadram-se (quase que na totalidade), as normas aplicadas em instalações prediais comuns.

Entretanto, uma norma exclusiva da ABNT para instalações prediais é a norma ABNT NBR 12188 (cujo título é Sistemas Centralizados de Suprimento de Gases Medicinais, de Gases para Dispositivos Médicos e de Vácuo para uso em Serviços de Saúde), que está em vigor desde 04/08/2012. Ela estabelece os requisitos para a instalação de sistemas centralizados de suprimento de gases medicinais.

Vale a pena destacar que todas estas normas da ABNT encontram-se citadas na Resolução-RDC Nº 50 da ANVISA, de 21 de Fevereiro de 2002. Esta resolução trata dos requisitos e regulamentos técnicos destinados ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, a ser observado em todo território nacional, na área pública e privada.

Assim sendo, hoje no Brasil todo e qualquer planejamento e execução de uma instalação hospitalar deve seguir as diretrizes indicadas na Resolução RDC-50.

 

  • Sistema de Monitoramento e Alarmes

Monitorar é observar, analisar os dados de produção e controlar possíveis indícios de anormalidade. Em outras palavras, monitorar é analisar constantemente se a situação idealizada está ocorrendo conforme o planejado. Monitorar permite um controle maior da produção, permite identificar gargalos no processo, bem como possíveis falhas de segurança, permitindo que a instalação se torna mais produtiva e aumente seu potencial de qualidade e entrega.

Nas instalações hospitalares não é diferente. Em muitas delas ainda hoje este processo de monitoramento se dá através de manômetros que monitoram a queda de pressão em cada linha de gás instalados em um local onde há sempre presença de alguma pessoa (geralmente próximo ao posto de enfermagem) e quando detectada esta queda, um sinal sonoro é emitido e quem o perceber, comunica a equipe de manutenção que entra em ação para encontrar a anomalia.

     

Este processo vem sofrendo modernização. Sistemas de controle automático, que monitoram constantemente todas as variáveis de cada linha (não só a pressão, mas vazão, temperatura, nível de reservatórios entre outras) e as enviam para um sistema supervisório dedicado alocado em uma central de monitoramento (assim como é feito com a instrumentação em indústria) está sendo cada vez mais implantado nas instalações hospitalares, tanto nas novas como nas já existente e que não dispunham deste tipo de monitoramento.